domingo, 16 de fevereiro de 2014

ROMANTISMO BRASILEIRO


Romantismo no Brasil
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Romantismo no Brasil teve como marco fundador a publicação do livro de poemas "Suspiros poéticos e saudades", de Domingos José Gonçalves de Magalhães, em 1836, e durou 45 anos. Nos primórdios dessa fase literária, 1833, um grupo de jovens estudantes brasileiros em Paris, sob a orientação de Gonçalves Magalhães e de Manuel de Araújo Porto Alegre, inicia um processo de renovação das letras, influenciados por Almeida Garret e pela leitura dos românticos franceses. Em 1836, ainda em Paris o mesmo grupo de brasileiros funda a Revista Brasiliense de Ciências, Letras e Artes, cujos dois primeiros números traziam como epígrafe: "Tudo pelo Brasil e para o Brasil". Ainda no mesmo ano, no Brasil - momento histórico em que ocorre o Romantismo, 14 anos após a sua Independência - esse movimento é visível pela valorização do nacionalismo e da liberdade, sentimentos que se ajustavam ao espírito de um país que acabava de se tornar uma nação rompendo com o domínio colonial.

Fundamentos teóricos
Três fundamentos do estilo romântico:
O egocentrismo: também chamado de subjetivismo, ou individualismo. Evidencia a tendência romântica à pessoalidade e ao desligamento da sociedade. O artista volta-se para dentro de si mesmo, colocando-se como centro do universo poético. A primeira pessoa ("eu") ganha relevância nos poemas.
O nacionalismo: corresponde à valorização das particularidades locais. Opondo-se ao registro de ambiente árcade, que se pautava pela mesmice, vendo pastoralismo em todos os lugares, o Romantismo propõe um destaque da chamada "cor local", isto é, o conjunto de aspectos particulares de cada região. Esses aspectos envolvem componentes geográficos, históricos e culturais. Assim, a cultura popular ganha considerável espaço nas discussões intelectuais de elite.
A liberdade de expressão: é um dos pontos mais importantes da escola romântica. "Nem regra , nem modelos "- afirma Victor Hugo, um dos mais destacados românticos franceses. Pretendendo explorar as dimensões variadas de seu próprio "eu", o artista se recusa a adaptar a expressão de suas emoções a um conjunto de regras pré-estabelecido. Da mesma forma, afasta-se de modelos artísticos consagrados, optando por uma busca incessante da originalidade.
Características
·    Subjetivismo 
·    Sentimentalismo 
·    Maior liberdade formal 
·    Vocabulário mais brasileiro 
·    Religiosidade 
·    Mal do Século 
·    Evasão 
·    Indianismo  
·   A idealização da realidade
·   Escapismo
·  O culto à natureza 
·   A idealização da Mulher (figura feminina).

A Poesia Romântica


Três renomados escritores brasileiros do século XIX. Da esquerda para direita: Gonçalves Dias, Manuel de Araújo Porto-Alegre e Gonçalves de Magalhães (1858

No Brasil, a poesia romântica é marcada, num primeiro momento, pelo teor patriótico, de afirmação nacional, de compreensão do que era ser brasileiro, ou pela expressão do eu, isto é, pela expressão dos sentimentos mais íntimos, dos desejos mais pessoais, diferente do ideal de imitação da natureza presente na poesia árcade. Isto tudo seguido de uma revolução na linguagem poética, que passou a buscar uma proximidade com o cotidiano das pessoas, com a linguagem do dia-a-dia. No poema "Invocação do Anjo da Poesia", Gonçalves de Magalhães diz que vai abandonar as convenções clássicas (cultura grega) em favor do sentimento pessoal e do sentimento patriótico.
De acordo com as características e vertentes assumidas por cada poeta romântico, a poesia romântica pode ser dividida em:

Primeira geração - Indianista ou Nacionalista

·         Influência direta da Independência do Brasil (1825)
·         Nacionalismo, ufanismo
·         Exaltação à natureza e à pátria
·         O Índio como grande herói nacional
·         Sentimentalismo
Principais poetas
·         Domingos José Gonçalves de Magalhães (1811 a 1882)
·         Manuel de Araújo Porto Alegre (1806 a 1879)
·         Antônio Gonçalves Dias (1823 a 1864)

 

Segunda geração - Ultrarromantismo ou Mal do Século

·   Ultrarromantismo - Há uma ênfase nos traços românticos. O sentimentalismo é ainda mais exagerado.
·   Byronismo - Atitude amplamente cultivada entre os poetas da segunda geração romântica e relacionada ao poeta inglês Lord Byron. Caracteriza-se por mostrar um estilo de vida e uma forma particular de ver o mundo; um estilo de vida boêmia, noturna, voltada para o vício e os prazeres da bebida, do fumo e do sexo. Sua forma de ver o mundo é egocêntrica, narcisista, pessimista, angustiada e, por vezes, satânica.
·  Spleen - Termo inglês que traduz o tédio, o desencanto, a insatisfação e a melancolia diante da vida (significa literalmente, "baço").
·     Mal do Século
·     Fuga da realidade, evasão - Através da morte, do sonho, da loucura, do vinho, etc.
·   Satanismo - A referência ao demônio, às cerimônias demoníacas proibidas e obscuras. O inferno é visto como prolongamento das dores e das orgias da Terra.
· A noite, o mistério - Preferência por ambientes fúnebres, noturnos, misteriosos, apropriados aos rituais satânicos e à reflexão sobre a morte, depressão e solidão.
· Mulher idealizada, distante - A figura feminina é freqüentemente um sonho, um anjo, inacessível. O amor não se concretiza e em alguns momentos o poeta assume o medo de amar.

Principais poetas
·         Álvares de Azevedo
·         Casimiro de Abreu
·        Junqueira Freire
·         Fagundes Varela


Terceira geração - Condoreira


CASTRO ALVES

Litografia de Castro Alves em rótulo de cigarro.



·         Uso de exclamações, exageros, apóstrofes.
·         Mulher presente, carnal.
·         Volta-se para o futuro, progresso.
·         Luta pela liberdade, temáticas sociais.
·         Ainda fala sobre o amor.
·         O condor simboliza a liberdade, por isso geração condoreira.

Principais poetas
·         Castro Alves - "O Poeta dos Escravos"
·   Sousândrade"o Poeta da transição" considerado o poeta "divisor de águas" entre o Romantismo e a nova escola o Realismo.

 

A Prosa Romântica

A prosa romântica inicia-se com a publicação do primeiro romance brasileiro "O Filho do Pescador", de Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa em 1843. O primeiro romance brasileiro em folhetim foi "A Moreninha", de Joaquim Manuel de Macedo, publicado em 1844. O romance brasileiro caracteriza-se por ser uma "adaptação" do romance europeu, conservando a estrutura folhetinesca européia, com início, meio e fim seguindo a ordem cronológica dos fatos.
Com José de Alencar surgiram novos estilos de prosa romântica como os romances regionalistas, históricos e indianistas e o romance passou a ser mais crítico e realista. Os romances brasileiros fizeram muito sucesso em sua época já que uniam o útil ao agradável: A estrutura típica do romance europeu, ambientada nos cenários facilmente identificáveis pelo leitor brasileiro(cafés, teatros, ruas de cidades como o Rio de Janeiro).

JOAQUIM MANUEL DE MACEDO

Joaquim Manuel de Macedo.

Célebre por dar início à produção prosaica do romantismo brasileiro, Joaquim Manuel de Macedo ou Dr. Macedinho, como era conhecido pelo povo, escreveu um dos mais populares romances da literatura romântica do Brasil. O romance "A moreninha" fez um enorme sucesso dentre a classe burguesa brasileira que se sentia extremamente agradada por um novo projeto de literatura: 
·         A Moreninha -
·         O Moço Loiro
·         As vítimas-algozes

JOSÉ DE ALENCAR

José de Alencar.

José de Alencar é considerado o patriarca da literatura brasileira. Inaugurou novos estilos românticos e consolidou o romantismo no Brasil desenhando o retrato cultural brasileiro de forma completa e abrangente. E devido a essa visão ampla do cenário brasileiro, sua obra iniciaria um período de transição entre Romantismo e Realismo. Suas narrativas apresentam um desenvolvimento dos conflitos femininos da mulher burguesa do século XIX, já que seus romances a tinha como público alvo. Sua obra pode ser fragmentada em três categorias:


Romances Urbanos

Romances ambientados no Rio de Janeiro, protagonizados por personagens femininos, mostravam o luxo e a pompa das atividades sociais burguesas, no entanto apresentavam uma critica sutil aos hábitos hipócritas da burguesia e seu caráter capitalista. São exemplos de romances urbanos de José de Alencar:
· Senhora 
·  Lucíola 
· Diva 

 

Romances Regionalistas

Narrativas que se sucedem em centros afastados da capital imperial, ou seja, histórias que acontecem em lugares tipicamente brasileiros, mais pitorescos, menos influenciados pela cultura européia. Apesar de José de Alencar narrar seus romances regionalistas com uma incrível fluência e suavidade, as histórias narradas são superficiais devido ao fato de que o autor não viajara para as regiões que descreveu, mas pesquisara a fundo sobre elas. Basicamente, são romances que procuram ser mais fiéis ao projeto de brasilidade e propaganda do Brasil independente, o objetivo é fazer propaganda aos próprios brasileiros, expondo a diversidade do país. São Exemplos de romances regionalistas de José de Alencar:
·         O Gaúcho
·         O Sertanejo
·         O Tronco do Ipê

 

Romances Históricos e Indianistas



Romances que revelam a preocupação de José de Alencar em exibir o índio como herói nacional. Enquanto os autores românticos da europa retratavam o saudosismo através de menções à época medieval, no Brasil, Alencar procurou buscar na cultura indígena brasileira o passado fiel da história brasileira. Seus romances trazem uma linguagem mais original, com vocábulos do tupi, retratam o índio como símbolo de bravura, de pureza e de amor ao ambiente natural. 
·         O Guarani
·         Ubirajara
·         As Minas de Prata
·         Iracema

 

A Importância da Obra de José de Alencar

Considerado o mais importante escritor do Romantismo brasileiro, é ele quem consegue expressar o perfeito retrato da cultura brasileira, explorando novas vertentes da produção literária, criando e abrindo caminhos para a criação de uma literatura brasileira original, ampla e de boa qualidade.

BERNARDO GUIMARÃES
Bernardo Guimarães, o escritor da famosa obra "A Escrava Isaura"

·       A Escrava Isaura - Fez grande sucesso enquanto livro, tão notável que foi adaptado como novela da Rede Globo e da Rede Record
·       O Seminarista 

FRANKLIN TÁVORA

Franklin Távora, inovador e arrojado, é o primeiro escritor brasileiro a retratar o cangaço nordestino.

Um dos mais importantes escritores do romance regionalista brasileiro, Franklin Távora foi o primeiro autor romântico a escrever sobre o cangaço nordestino e um dos mais assíduos críticos do romantismo de José de Alencar pois acreditava num romantismo mais realista, menos idealizado, tanto que suas obras oscilam entre o romântico e o realista. Sua literatura era baseada no "Projeto de uma Literatura do Norte", o que ele fez foi explorar as regiões Norte e Nordeste do Brasil, apoiado em sua teoria de que essas eram as regiões mais brasileiras por serem as menos exploradas pelos brancos europeus, conservando assim um caráter mais típico e mais real da cultura do Brasil. 
·         O Cabeleira 
·         Lourenço

VISCONDE DE TAUNAY

Visconde de Taunay, o autor de "Inocência"

Outro importante autor da vertente regionalista do romantismo brasileiro, que tomou por cenário de suas narrativas a província de Mato Grosso. Sua obra caracteriza-se pela precisão de detalhes e pela descrição minuciosa da paisagem mato-grossense, abusando de detalhes sobre a flora, a fauna e o relevo do cerrado central do Brasil. 
·      Inocência

MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA

Manuel Antônio de Almeida.

O que melhor descreve a sua importância no romantismo brasileiro é o seu envolvimento com o romance de costumes. Sua obra procurou retratar os hábitos, a moda, o folclore e a religiosidade das classes populares do início do século XIX, desmascarando violentamente a baixa sociedade brasileira colonial, o que a torna singular dentre as obras românticas que procuraram tratar dos costumes e dos valores da alta sociedade imperial. :
·         Memórias de um Sargento de Milícias 

 

Referências

Introdução a técnicas de redação e literatura - "O Romantismo brasileiro", pgs.146-151. Editora Klick, São Paulo (1996).
   

4 comentários:

  1. oie andrea , gostei muito do seu blog achei muito interessante eu gostei mais da parte das CURIOSIDADES por que tinha coisa la que eu não sabia e agora já sei, tipo os livros do harry potter que foi escrito a mão pois eu não sabia disso, eu sou fã da saga , achei diferente escrever a mão pois nuca tinha ouvido falar , mais então era so isso que queria falar mesmo , e mais um vez seu blog fico ótimo :)

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    1. Obrigada Samuel! Ele não é meu blog, ele é nosso e vamos trabalhar muito com ele.

      Abraços.

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  2. Olá Andrea!
    Gostei muito do blog, ficou excelente, como tudo que você faz não é mesmo?!!
    É um material que serve de pesquisa tanto para os professores quanto para os alunos (prático e sucinto).
    PARABÉNS!!!
    Grande abraço!

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    1. Sou bem ao contrario, o material é muito complexo para alunos compreenderem, para os professores é excelente
      Meus parabéns Andrea essa é sua primeia critica.
      Melhore o material flor
      Beijos
      Anônimo
      ?????

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