sábado, 22 de fevereiro de 2014

CONTEXTO HISTÓRICO

Olá a todos!
Sou professor de história e agora que já estudaram e se familiarizaram com o Romantismo, iremos agora contextualizar esse movimento historicamente.


                                               ROMANTISMO
PANORAMA E CONTEXTO HISTÓRICO NO BRASIL
D.PEDRO II

  Dom-Pedro-II

O Romantismo chega tardiamente ao Brasil, a partir do início da década de 1830, e perdura até o final da década de 1880, quando é substituído pelo Realismo. Na primeiro década do movimento, o Brasil está no período de Regência (1831 a 1840).
Neste período, entre os reinados de Dom Pedro I (que abdicou) e de Dom Pedro II (que assumiu o poder com o chamado golpe da maioridade, aos 15 anos de idade), quatro regências distintas comandaram o país: Provisória Trina, Permanente Trina, Una do Padre Feijó e Una de Araújo Lima. É o momento em que a unidade territorial brasileira é firmada.
Também, é uma década de revoltas e rebeliões: da Cabanagem (Pará), da Balaiada (Maranhão), da Sabinada (Bahia) e a Guerra dos Farrapos (Rio Grande do Sul). A autonomia das províncias e a centralização do poder são os assuntos mais discutidos no país.
Quando Dom Pedro II assume o poder, o Império estava a ponto de desintegrar-se. O Imperador, com um forte senso de dever e genuína devoção ao país, transformou o Brasil em uma potência emergente. Venceu guerras (do Prata, do Uruguai e do Paraguai), estabilizou a economia, defendeu a liberdade de expressão e a manutenção dos direitos civis e lutou pela abolição da escravatura. Erudito, patrocinou o conhecimento, a cultura e a arte no país. Graças também a ele, o romantismo floresce em terras brasileiras.
Na carência de castelos e lendas medievais, os valores românticos são transpostos ao país com um viés patriótico, ufanista e nacionalista. A natureza brasileira, a religiosidade católica e o povo brasileiro, com seus heróis e mitos, são exaltados. O gosto pelo exótico, o indianismo dos românticos europeus, transforma-se em um interesse pelo índio e a raiz da cultura brasileira.
Fonte ; abstracaocoletiva.com.br/.../romantismo-panorama-historico-no-brasil

Vai aí uma dica muito legal: um vídeo que relata todo o contexto histórico do Romantismo. 

Vale a pena conferir.



VIDEOTECA

Vamos montar juntos nossa videoteca? 

Pesquise e insira aqui vídeos sobre o Romantismo no Brasil.

Já comecei a selecionar. Aqui estão:

Vídeo Romantismo no Brasil
http://www.youtube.com/watch?v=aEUTIFva4Co

Vídeo Contexto Histórico 
http://www.youtube.com/watch?v=z7aWcBIhf1A




sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

VAMOS EXERCITAR?

Olá! Agora é o momento de verificarmos o que aprendemos. Façam os exercícios que na próxima semana postarei o gabarito. Façam com atenção.
Bom trabalho!

EXERCÍCIOS

(Vunesp)
As questões de números 1 e 2 tomam por base o seguinte texto:
"Seja qual for o lugar em que se ache o poeta, ou apunhalado pelas dores, ou ao lado de sua bela, embalado pêlos prazeres; no cárcere, como no palácio; na paz, como sobre o campo de batalha; se ele é verdadeiro poeta, jamais deve esquecer-se de sua missão, e acha sempre o segredo de encantar os sentidos, vibrar as cordas do coração, e elevar o pensamento nas asas da harmonia até as idéias arquétipas."

1) O trecho acima foi extraído da "Advertência" ao leitor feita por Domingos José Gonçalves de Magalhães nas páginas iniciais de seu livro Suspiros Poéticos e Saudades. Que representa esta obra na história da literatura brasileira?

2) A leitura do trecho acima citado nos permite identificar o período literário a que pertence a obra. Comente duas passagens desse trecho que revelem características da literatura do período em questão.

3) (FEI-SP)
Assinale o item que contém somente características românticas:
a) Subjetivismo, bucolismo, sentimentalismo.
b) Subjetivismo, nacionalismo, pastoralismo.
c) Culto à natureza, nacionalismo, culto ao contraste.
d) Conceitismo, liberdade de formas, cultismo.
e) Nacionalismo, culto à natureza, liberdade de formas.

4) (UFRS)
Considere as seguintes afirmações:
I. Pode-se afirmar que o Romantismo brasileiro foi a manifestação artística que mais bem expressou o sentimento nacionalista desenvolvido com a independência do país.
II. Os romancistas românticos, preocupados com a formação de uma literatura que expressasse a cor local, criaram romances considerados regionais, mais pela temática do que pela linguagem.
IIl. A tendência indianista do Romantismo brasileiro tinha por objetivo a desmistificação do papel do índio na história do Brasil desde a colonização.

Quais estão corretas?
a) Apenas I.   b) Apenas II.   c) Apenas I e II. d) Apenas I e III.        e) I. II e III.

5) (UEL-PR)
O Romantismo graças à ideologia dominante e a um complexo conteúdo artístico, social e político, caracteriza-se como uma época propicia ao aparecimento de naturezas humanas marcadas por:

a) Teocentrismo. Hipersensibilidade, alegria, otimismo e crença.
b) Etnocentrismo, insensibilidade. descontração, otimismo e crença na sociedade.
c) Egocentrismo, hipersensibilidade, melancolia, pessimismo, angústia e desespero.
d) Teocentrismo. insensibilidade, descontração, angústia e desesperança.
e) Egocentrismo, hipersensibilidade, alegria, descontração e crença no futuro.

6) (Tatec-SP)
"O indianismo dos românticos |...| denota tendência para particularizar os grandes temas, as grandes atitudes de que se nutria a literatura ocidental, inserindo-as na realidade local, tratando-as como próprias de uma tradição brasileira."
Considerando-se o texto acima, pode-se  dizer que o indianismo na literatura romântica brasileira:

a) Procurou ser uma cópia dos modelos europeus.
b) Adaptou a realidade brasileira aos modelos europeus.
c) Ignorou a literatura ocidental para valorizar a tradição brasileira.
d) Deformou a tradição brasileira para adaptar-se à literatura ocidental.
e) Procurou adaptar os modelos europeus à realidade local.

7) (Fuvest-SP)
Tomadas em conjunto, as obras de Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo e Castro Alves demonstram que, no Brasil, a poesia romântica:
a) Pouco deveu às literaturas estrangeiras, consolidando de forma homogênea a inclinação sentimental e o anseio nacionalista dos escritores da época.
b) Repercutiu, com efeitos locais, diferentes valores e tonalidades da literatura européia: a dignidade do homem natural, a exacerbação das paixões e a crença em lutas libertárias.
c) Constituiu um painel de estilos diversificados cada um dos poetas criando livremente sua linguagem, mas preocupados todos com a afirmação dos ideais abolicionistas e republicanos.
d) Refletiu as tendências ao intimismo e à morbidez de alguns poetas europeus, evitando ocupar-se com temas sociais históricos, tidos como prosaicos.
e) Cultuou sobretudo o satanismo, inspirado no poeta inglês Byron, e a memória nostálgica da Antiguidade clássica, representadas por suas ruínas.

8) (Fuvest-SP)
“Já de morte o palor me cobre o rosto,
Nos lábios meus o alento desfalece,
Surda agonia o coração fenece,
E devora meu ser imortal desgosto!”

No fragmento anterior, pertencente a Álvares de Azevedo, notam-se características de qual tendência romântica?
a) Mal-do-século.
b) Bucolismo.
c) Poesia condoreira.
d) Nacionalismo.
e. Indianismo.

9) (Mack-SP)
Assinale a alternativa incorreta a respeito de Fagundes Varela:
a) É um poeta de transição entre a segunda e a terceira geração romântica.
b)  Cantos meridionais são poesias de cunho lírico, associado aos panoramas tropicais.
c)  "Cântico do calvário”  é uma elegia escrita em memória do filho.
d) A religiosidade é um tema presente em parte de sua obra.
e) E na poesia indianista que atinge o ponto mais elevado de sua produção poética.

10) (PUC-RS)
"Sou como a pomba e como as vozes dela
É triste o meu cantar;
— Flor dos trópicos — cá na Europa fria
Eu definho chorando noite e dia Saudades do meu lar."

A estrofe acima salienta uma das linhas da reduzida temática da poesia de Casimiro de Abreu, que é a:
a) Vida familiar.
b) Paisagem nativa.
c) Saudade da pátria.
d) Ternura sonhadora.
e) Timidez amorosa.

11) (Unitau-SP)
   “É o mais subjetivo, o mais individualista, e, nesse sentido, o mais romântico dos nossos poetas românticos. E, ao mesmo tempo, o mais antirromântico.”    (M. J. da Trindade Negrão)

Trata-se de:  
a)  Gonçalves Dias.
b) Gonçalves de Magalhães.
c) Álvares de Azevedo.  
d) Castro Alves. 
e) Fagundes Varela.

GABARITO

01) Resposta: Essa obra, publicada em 1836, é considerada o marco inicial do Romantismo no Brasil.
02)  Resposta: Nesse trecho é possível perceber algumas características do romantismo, como: valorização da emoção, das sensações (“acha sempre o  segredo de encantar os sentidos”) e sentimentalismo (“vibrar as cordas do coração”).

03)  Letra: E

04)  Letra: B

05)  Letra: C

06)  Letra: E

07)  Letra: D

08)  Letra: B

09)  Letra: A

10)  Letra: E


11)  Letra: C


quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

NO ESCURINHO DO CINEMA

Muitos clássicos do Romantismo foram transformados em filmes, com estrelas de nossa telematurgia.


Eis alguns deles:

A Moreninha – 1965 - Joaquim M. de Macedo
Baseado no romance de Joaquim Manuel de Macedo.
Gênero: drama - Ano: 1970 - Duração: 70 minutos Elenco: Sonia Braga, David Cardoso, Carlos Alberto Ricceli. Toda a história se passa na paradisíaca Ilha de Paquetá centrada em Carolina (Sonia Braga) e Augusto (David Cardoso). Amigos da família reúnem-se para um sarau na casa de Carolina. Lá, ele vai reencontrar aquele amor dos tempos de criança, com quem trocou juras de amor e um camafeu, peça fundamental para que eles se reconheça.


Inocência – 1983 - Visconde de Taunay

Baseado em romance de Visconde de Taunay.
Gênero: drama
Ano: 1983
Duração: 115 minutos 
Elenco: Edson Celulari, Fernanda Torres, Sebastião Vasconcelos.
Em fins do século XIX, no Brasil colonizado e rural, explode de forma velada, porém trágica, uma grande história de amor.





Iracema – 1976 - José de Alencar
Gênero: drama 
Ano: 1976
Duração: 106 minutos 
Elenco: Helena Ramos, Tony Correia.
O amor de um branco, Martim Soares Moreno, pela índia Iracema, a virgem dos lábios de mel e de cabelos tão escuros como a asa da graúna. A relação do casal serviria de alegoria para a formação da nação brasileira. A índia Iracema representaria a natureza virgem e a inocência enquanto o colonizador Martim (referência explicita ao deus grego da guerra, Marte) representa a cultura (européia). Da junção dos dois surgirá a nação brasileira representada alegoricamente, então, pelo filho do casal, Moacir ("filho do sofrimento").


O seminarista – 1976 – Bernardo Guimarães
Gênero: drama 
Ano: 1976
Duração: 73 minutos 
Elenco: Eduardo Machado, Louise Cardoso, Raul Cortez.
O Seminarista, considerado a obra principal de Bernardo Guimarães, é um típico Romance de tese. Através da história de um amor contrariado entre Margarida e Eugênio o autor discute o equívoco do Celibato clerical e o autoritarismo familiar que não permite ao jovem escolher seu próprio caminho na vida.

Senhora – 1976 - José de Alencar
Gênero: drama 
Ano: 1976
Duração: 100 minutos 
Elenco: Elaine Cristina (Aurélia), Paulo Figueiredo (Fernando), Chico Martins (Lemos), Flávio Galvão (Eduardo), Etty Fraser (Firmina) 
Sinopse:Após perder pai, mãe, irmão, Aurélia herda inesperadamente a fortuna do avó paterno, que nunca a reconhecera como neta. Torna-se, então, a mulher mais rica e cobiçada da corte. Poderia escolher qualquer marido, mas prefere casar-se com Fernando, desejando vingar-se dele

Lucíola, o anjo pecador – 1975 - José de Alencar
Baseado na obra de José de Alencar. - Gênero: drama Ano: 1975 - Duração: 100 minutos - Elenco: Rossana Ghessa, Carlo Mossy, Helena Ramos, Sérgio Hingst .Logo após ter chegado ao RJ, procedente de Olinda, Paulo fora convidadopor um amigo, o sr. Sá, a acompanhá-lo à Festa da Glória, quando lhe atraíra a atenção uma jovem e bela mulher. Lúcia era, assim, uma mundana de rara beleza e suave aspecto, que faziam parecer uma jovem inocente. Pelo menos,essa foi a impressão de Paulo e que o levou a apaixonar-se, mesmo depois de saber quem era ela e ciente do interesse dela por ricos senhores da região.

O Guarani – 1996 - José de Alencar
Baseado na obra de José de Alencar.
Gênero: drama 
Ano: 1996
Duração: 91 minutos 
Elenco: Márcio Garcia, Tatiana Issa, Herson Capri, Glória Pires. 
Adapatação do romance de José de Alencar que conta a história de amor entre o índio Peri e Ceci, filha do colonizador português Don Antônio de Mariz. Grande fiasco na cinematografia nacional e que desencadeou uma grande polêmica com a diretora Bengell, quando tiveram início investigações quanto às prestações de contas da produção.


disponível em: literaturanocinema.blogspot.com/2008/08/romantismo.htm


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

VOCÊ É O AUTOR...

Esse espaço é seu. Dê sugestões e contribuições. Vamos construir juntos nosso saber.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

CURIOSIDADES

10 Fatos Curiosos sobre Autores, Livros e Literatura


A Bíblia Sagrada é o livro mais vendido do mundo. Calcula-se que os números de exemplares já ultrapassaram 6 bilhões.

Até hoje, foram produzidos mais de 400 filmes baseados na obra de William Shakespeare.

O poeta português Fernando Pessoa foi criado na África do Sul e teve o inglês como a sua segunda língua. Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa.
Guimarães Rosa, famoso escritor brasileiro, morreu três dias depois da sua posse na Academia Brasileira de Letras.

Virginia Woolf, Goethe e Hemingway tinham o hábito de escrever em pé.

O Bloomsday é um feriado comemorado em 16 de junho na Irlanda, em homenagem ao livro Ulysses, de James Joyce. É o único feriado em todo o mundo dedicado a um livro, excetuando-se a Bíblia.
Conforme inventário da UNESCO de traduções de livros, Agatha Christie é a autora mais traduzida em todo o mundo, com 6.598 traduções de seus contos, romances e peças teatrais.
Paulo Coelho é o escritor brasileiro que mais vendeu livros. Os números de exemplares ultrapassam 70 milhões.

A caligrafia do escritor Machado de Assis era tão ruim que, às vezes, até ele tinha dificuldade de entender o que escrevia.
A escritora inglesa J.K. Rowling escreveu todos os livros do Harry Potter à mão.

Fontes:


DICAS DE LEITURA


A Moreninha -  Joaquim Manuel de Macedo 

Quatro estudantes de Medicina (Filipe, Leopoldo, Augusto e Fabrício) passam o feriado na casa da avó de um deles, numa ilha. Um deles apostou que se ficasse apaixonado por uma mulher por mais de quinze dias, escreveria um romance contando a história desta paixão. A partir daí, conhece Carolina (a Moreninha que dá título ao livro) por quem se apaixona. O único obstáculo à união dos dois é a promessa de fidelidade feita pelo estudante a uma menina que conhecera na infância e cujo paradeiro e identidade desconhecia. Porém, esse empecilho é resolvido no final do livro, causando surpresa aos leitores e personagens do enredo.

Iracema – José de Alencar

Do amor entre o colonizador Martin e a índia Iracema, surge una nova nação. Aventura e lirismo se misturam nesta lenda lírica, narrada em linguagem poética, em que José de Alencar apresenta metaforicamente as origens do Brasil. Iracema é um dos pontos altos do Indianismo em nossa literatura.

A escrava Isaura – Bernardo Guimarães

Isaura é uma linda moça desejada por muitos homens, filha de uma mulata e um homem branco. Mas ela não tem liberdade para agir por sua vontade, porque é uma escrava. Ela pertence a Leôncio, um fazendeiro autoritário que não admite ser contrariado e quer o amor da moça. Por isso, e por sofrer os horrores da falta de liberdade, Isaura é obrigada a fugir para longe.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

ROMANTISMO BRASILEIRO


Romantismo no Brasil
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Romantismo no Brasil teve como marco fundador a publicação do livro de poemas "Suspiros poéticos e saudades", de Domingos José Gonçalves de Magalhães, em 1836, e durou 45 anos. Nos primórdios dessa fase literária, 1833, um grupo de jovens estudantes brasileiros em Paris, sob a orientação de Gonçalves Magalhães e de Manuel de Araújo Porto Alegre, inicia um processo de renovação das letras, influenciados por Almeida Garret e pela leitura dos românticos franceses. Em 1836, ainda em Paris o mesmo grupo de brasileiros funda a Revista Brasiliense de Ciências, Letras e Artes, cujos dois primeiros números traziam como epígrafe: "Tudo pelo Brasil e para o Brasil". Ainda no mesmo ano, no Brasil - momento histórico em que ocorre o Romantismo, 14 anos após a sua Independência - esse movimento é visível pela valorização do nacionalismo e da liberdade, sentimentos que se ajustavam ao espírito de um país que acabava de se tornar uma nação rompendo com o domínio colonial.

Fundamentos teóricos
Três fundamentos do estilo romântico:
O egocentrismo: também chamado de subjetivismo, ou individualismo. Evidencia a tendência romântica à pessoalidade e ao desligamento da sociedade. O artista volta-se para dentro de si mesmo, colocando-se como centro do universo poético. A primeira pessoa ("eu") ganha relevância nos poemas.
O nacionalismo: corresponde à valorização das particularidades locais. Opondo-se ao registro de ambiente árcade, que se pautava pela mesmice, vendo pastoralismo em todos os lugares, o Romantismo propõe um destaque da chamada "cor local", isto é, o conjunto de aspectos particulares de cada região. Esses aspectos envolvem componentes geográficos, históricos e culturais. Assim, a cultura popular ganha considerável espaço nas discussões intelectuais de elite.
A liberdade de expressão: é um dos pontos mais importantes da escola romântica. "Nem regra , nem modelos "- afirma Victor Hugo, um dos mais destacados românticos franceses. Pretendendo explorar as dimensões variadas de seu próprio "eu", o artista se recusa a adaptar a expressão de suas emoções a um conjunto de regras pré-estabelecido. Da mesma forma, afasta-se de modelos artísticos consagrados, optando por uma busca incessante da originalidade.
Características
·    Subjetivismo 
·    Sentimentalismo 
·    Maior liberdade formal 
·    Vocabulário mais brasileiro 
·    Religiosidade 
·    Mal do Século 
·    Evasão 
·    Indianismo  
·   A idealização da realidade
·   Escapismo
·  O culto à natureza 
·   A idealização da Mulher (figura feminina).

A Poesia Romântica


Três renomados escritores brasileiros do século XIX. Da esquerda para direita: Gonçalves Dias, Manuel de Araújo Porto-Alegre e Gonçalves de Magalhães (1858

No Brasil, a poesia romântica é marcada, num primeiro momento, pelo teor patriótico, de afirmação nacional, de compreensão do que era ser brasileiro, ou pela expressão do eu, isto é, pela expressão dos sentimentos mais íntimos, dos desejos mais pessoais, diferente do ideal de imitação da natureza presente na poesia árcade. Isto tudo seguido de uma revolução na linguagem poética, que passou a buscar uma proximidade com o cotidiano das pessoas, com a linguagem do dia-a-dia. No poema "Invocação do Anjo da Poesia", Gonçalves de Magalhães diz que vai abandonar as convenções clássicas (cultura grega) em favor do sentimento pessoal e do sentimento patriótico.
De acordo com as características e vertentes assumidas por cada poeta romântico, a poesia romântica pode ser dividida em:

Primeira geração - Indianista ou Nacionalista

·         Influência direta da Independência do Brasil (1825)
·         Nacionalismo, ufanismo
·         Exaltação à natureza e à pátria
·         O Índio como grande herói nacional
·         Sentimentalismo
Principais poetas
·         Domingos José Gonçalves de Magalhães (1811 a 1882)
·         Manuel de Araújo Porto Alegre (1806 a 1879)
·         Antônio Gonçalves Dias (1823 a 1864)

 

Segunda geração - Ultrarromantismo ou Mal do Século

·   Ultrarromantismo - Há uma ênfase nos traços românticos. O sentimentalismo é ainda mais exagerado.
·   Byronismo - Atitude amplamente cultivada entre os poetas da segunda geração romântica e relacionada ao poeta inglês Lord Byron. Caracteriza-se por mostrar um estilo de vida e uma forma particular de ver o mundo; um estilo de vida boêmia, noturna, voltada para o vício e os prazeres da bebida, do fumo e do sexo. Sua forma de ver o mundo é egocêntrica, narcisista, pessimista, angustiada e, por vezes, satânica.
·  Spleen - Termo inglês que traduz o tédio, o desencanto, a insatisfação e a melancolia diante da vida (significa literalmente, "baço").
·     Mal do Século
·     Fuga da realidade, evasão - Através da morte, do sonho, da loucura, do vinho, etc.
·   Satanismo - A referência ao demônio, às cerimônias demoníacas proibidas e obscuras. O inferno é visto como prolongamento das dores e das orgias da Terra.
· A noite, o mistério - Preferência por ambientes fúnebres, noturnos, misteriosos, apropriados aos rituais satânicos e à reflexão sobre a morte, depressão e solidão.
· Mulher idealizada, distante - A figura feminina é freqüentemente um sonho, um anjo, inacessível. O amor não se concretiza e em alguns momentos o poeta assume o medo de amar.

Principais poetas
·         Álvares de Azevedo
·         Casimiro de Abreu
·        Junqueira Freire
·         Fagundes Varela


Terceira geração - Condoreira


CASTRO ALVES

Litografia de Castro Alves em rótulo de cigarro.



·         Uso de exclamações, exageros, apóstrofes.
·         Mulher presente, carnal.
·         Volta-se para o futuro, progresso.
·         Luta pela liberdade, temáticas sociais.
·         Ainda fala sobre o amor.
·         O condor simboliza a liberdade, por isso geração condoreira.

Principais poetas
·         Castro Alves - "O Poeta dos Escravos"
·   Sousândrade"o Poeta da transição" considerado o poeta "divisor de águas" entre o Romantismo e a nova escola o Realismo.

 

A Prosa Romântica

A prosa romântica inicia-se com a publicação do primeiro romance brasileiro "O Filho do Pescador", de Antônio Gonçalves Teixeira e Sousa em 1843. O primeiro romance brasileiro em folhetim foi "A Moreninha", de Joaquim Manuel de Macedo, publicado em 1844. O romance brasileiro caracteriza-se por ser uma "adaptação" do romance europeu, conservando a estrutura folhetinesca européia, com início, meio e fim seguindo a ordem cronológica dos fatos.
Com José de Alencar surgiram novos estilos de prosa romântica como os romances regionalistas, históricos e indianistas e o romance passou a ser mais crítico e realista. Os romances brasileiros fizeram muito sucesso em sua época já que uniam o útil ao agradável: A estrutura típica do romance europeu, ambientada nos cenários facilmente identificáveis pelo leitor brasileiro(cafés, teatros, ruas de cidades como o Rio de Janeiro).

JOAQUIM MANUEL DE MACEDO

Joaquim Manuel de Macedo.

Célebre por dar início à produção prosaica do romantismo brasileiro, Joaquim Manuel de Macedo ou Dr. Macedinho, como era conhecido pelo povo, escreveu um dos mais populares romances da literatura romântica do Brasil. O romance "A moreninha" fez um enorme sucesso dentre a classe burguesa brasileira que se sentia extremamente agradada por um novo projeto de literatura: 
·         A Moreninha -
·         O Moço Loiro
·         As vítimas-algozes

JOSÉ DE ALENCAR

José de Alencar.

José de Alencar é considerado o patriarca da literatura brasileira. Inaugurou novos estilos românticos e consolidou o romantismo no Brasil desenhando o retrato cultural brasileiro de forma completa e abrangente. E devido a essa visão ampla do cenário brasileiro, sua obra iniciaria um período de transição entre Romantismo e Realismo. Suas narrativas apresentam um desenvolvimento dos conflitos femininos da mulher burguesa do século XIX, já que seus romances a tinha como público alvo. Sua obra pode ser fragmentada em três categorias:


Romances Urbanos

Romances ambientados no Rio de Janeiro, protagonizados por personagens femininos, mostravam o luxo e a pompa das atividades sociais burguesas, no entanto apresentavam uma critica sutil aos hábitos hipócritas da burguesia e seu caráter capitalista. São exemplos de romances urbanos de José de Alencar:
· Senhora 
·  Lucíola 
· Diva 

 

Romances Regionalistas

Narrativas que se sucedem em centros afastados da capital imperial, ou seja, histórias que acontecem em lugares tipicamente brasileiros, mais pitorescos, menos influenciados pela cultura européia. Apesar de José de Alencar narrar seus romances regionalistas com uma incrível fluência e suavidade, as histórias narradas são superficiais devido ao fato de que o autor não viajara para as regiões que descreveu, mas pesquisara a fundo sobre elas. Basicamente, são romances que procuram ser mais fiéis ao projeto de brasilidade e propaganda do Brasil independente, o objetivo é fazer propaganda aos próprios brasileiros, expondo a diversidade do país. São Exemplos de romances regionalistas de José de Alencar:
·         O Gaúcho
·         O Sertanejo
·         O Tronco do Ipê

 

Romances Históricos e Indianistas



Romances que revelam a preocupação de José de Alencar em exibir o índio como herói nacional. Enquanto os autores românticos da europa retratavam o saudosismo através de menções à época medieval, no Brasil, Alencar procurou buscar na cultura indígena brasileira o passado fiel da história brasileira. Seus romances trazem uma linguagem mais original, com vocábulos do tupi, retratam o índio como símbolo de bravura, de pureza e de amor ao ambiente natural. 
·         O Guarani
·         Ubirajara
·         As Minas de Prata
·         Iracema

 

A Importância da Obra de José de Alencar

Considerado o mais importante escritor do Romantismo brasileiro, é ele quem consegue expressar o perfeito retrato da cultura brasileira, explorando novas vertentes da produção literária, criando e abrindo caminhos para a criação de uma literatura brasileira original, ampla e de boa qualidade.

BERNARDO GUIMARÃES
Bernardo Guimarães, o escritor da famosa obra "A Escrava Isaura"

·       A Escrava Isaura - Fez grande sucesso enquanto livro, tão notável que foi adaptado como novela da Rede Globo e da Rede Record
·       O Seminarista 

FRANKLIN TÁVORA

Franklin Távora, inovador e arrojado, é o primeiro escritor brasileiro a retratar o cangaço nordestino.

Um dos mais importantes escritores do romance regionalista brasileiro, Franklin Távora foi o primeiro autor romântico a escrever sobre o cangaço nordestino e um dos mais assíduos críticos do romantismo de José de Alencar pois acreditava num romantismo mais realista, menos idealizado, tanto que suas obras oscilam entre o romântico e o realista. Sua literatura era baseada no "Projeto de uma Literatura do Norte", o que ele fez foi explorar as regiões Norte e Nordeste do Brasil, apoiado em sua teoria de que essas eram as regiões mais brasileiras por serem as menos exploradas pelos brancos europeus, conservando assim um caráter mais típico e mais real da cultura do Brasil. 
·         O Cabeleira 
·         Lourenço

VISCONDE DE TAUNAY

Visconde de Taunay, o autor de "Inocência"

Outro importante autor da vertente regionalista do romantismo brasileiro, que tomou por cenário de suas narrativas a província de Mato Grosso. Sua obra caracteriza-se pela precisão de detalhes e pela descrição minuciosa da paisagem mato-grossense, abusando de detalhes sobre a flora, a fauna e o relevo do cerrado central do Brasil. 
·      Inocência

MANUEL ANTÔNIO DE ALMEIDA

Manuel Antônio de Almeida.

O que melhor descreve a sua importância no romantismo brasileiro é o seu envolvimento com o romance de costumes. Sua obra procurou retratar os hábitos, a moda, o folclore e a religiosidade das classes populares do início do século XIX, desmascarando violentamente a baixa sociedade brasileira colonial, o que a torna singular dentre as obras românticas que procuraram tratar dos costumes e dos valores da alta sociedade imperial. :
·         Memórias de um Sargento de Milícias 

 

Referências

Introdução a técnicas de redação e literatura - "O Romantismo brasileiro", pgs.146-151. Editora Klick, São Paulo (1996).